Pesquisadora brasileira entre as onze vencedoras do Prêmio L'Oréal-UNESCO 2025

28 outubro 2025
Publicado por Giovanna Trevisan
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Entre as pesquisadoras reconhecidas este ano pelo Prêmio Jeunes Talents L’Oréal-UNESCO, está a brasileira Bianca Marin Moreno, doutoranda no Inria Grenoble, que pesquisa transição energética com o apoio de recursos de inteligência artificial.

Foram 34 pesquisadoras internacionais que receberam a homenagem, sendo que onze delas escolheram um centro de pesquisa francês para continuar sua trajetória. Conheça essas onze pesquisadoras que contribuem para o avanço da ciência e promovem a igualdade de gênero.

Criado em 2007, o programa Jeunes Talents France faz parte da iniciativa internacional L’Oréal-UNESCO Para as Mulheres e a Ciência, desenvolvida para “promover o avanço da ciência e inspirar as futuras gerações”. Este programa tem como objetivo promover a participação das mulheres em carreiras científicas, premiando anualmente doutorandas e pós-doutorandas de excelência que também trabalham para ampliar o acesso das mulheres às ciências.

Para a edição de 2025, as bolsas atribuídas, no valor de 15 000 € para doutorandas e 20 000 € para pós-doutorandas, permitirão às vencedoras prosseguir os seus trabalhos de pesquisa em diversas áreas: ciências da vida, ciências físicas, matemática, informática, engenharia, biotecnologia da saúde, medicina fundamental...

Onze alumnae distribuídas em cinco grandes áreas de pesquisa

A relevância, originalidade e impacto potencial dos trabalhos de pesquisa dessas jovens pesquisadoras talentosas foram avaliados por um júri composto por personalidades científicas, que examinou mais de 700 candidaturas. Entre elas, onze ex-alunas pesquisadoras, doutorandas e pós-doutorandas, ou seja, quase um terço da turma de 2025, foram homenageadas e distribuídas em cinco grandes setores de pesquisa.

Rosa Diego Creixenti, pós-doutoranda no Centre de recherche Paul Pascal, unidade mista do CNRS e da Université de Bordeaux, química de formação.

Seu trabalho está voltado para a criação de “materiais magnéticos funcionais com propriedades inéditas, essenciais para as tecnologias do futuro”. Originária da Espanha, Rosa estudou primeiro em seu país e depois na Suécia, antes de partir para a Nova Zelândia e continuar sua trajetória na Alemanha, chegando finalmente à França, em Bordeaux, onde trabalha atualmente.

Anna Zhuravlova, pós-doutoranda no laboratório de nanoquímica da Université de Strasbourg.

Originária da Ucrânia, Anna construiu uma “trajetória científica guiada por uma curiosidade insaciável”. Suas diversas experiências, da NASA à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), enriqueceram “sua visão de uma ciência multidisciplinar”. Atualmente, ela se especializa em ciência dos materiais, “na interseção entre a química e a física”.

Meryem Aakairi, doutoranda no Institut méditerranéen de biodiversité et d'écologie marine et continentale (IMBE).

Nascida em Agadir, após um mestrado em biologia e meio ambiente em seu país, Meryem mudou-se para a França para fazer um doutorado sobre as “contribuições recíprocas entre as populações e a natureza nas paisagens culturais do Alto Atlas”. Ela estuda mais especificamente os conhecimentos ancestrais das mulheres Amazighes do Alto Atlas para a preservação da biodiversidade nessa região.

Bianca Marin Moreno, doutoranda no Inria Grenoble.

Originária do Brasil, Bianca foi “desde muito cedo alimentada pela curiosidade de resolver os problemas que a cercavam e de responder às perguntas do mundo para melhor compreendê-lo”. Essas questões a levaram naturalmente aos estudos científicos: após se formar em física matemática no Brasil, ela ingressou primeiro na École Polytechnique, na França, e depois na École Normale Supérieure Paris-Saclay. Atualmente, ela está fazendo sua tese no Inria Grenoble, e suas pesquisas se concentram na “transição energética com recursos de IA”.

Nawel Arab, doutoranda no laboratório Systèmes et applications des technologies de l'information et de l'énergie (SATIE - ENS Paris-Saclay/CNRS).

Natural de Argel, Nawel estudou matemática na Université Paris-Saclay, na França, com especialização em probabilidades e estatística na École Polytechnique, onde se dedicou à tese sobre “tratamento de sinais e sistemas dinâmicos”. Ela ingressou na ENS Paris-Saclay para um doutorado no laboratório SATIE, onde trabalha na “reconstrução de imagens radioastronômicas”.

Tamanna Jain, pós-doutoranda no laboratório de física da École normale supérieure (Sorbonne Université/CNRS/ÉNS -PSL/Université Paris Cité).

Natural de Sonipat, na Índia, Tamanna é pesquisadora em cosmologia e gravitação, atualmente na França, e fez parte de seus estudos no Reino Unido. Seu trabalho se concentra na “dinâmica de objetos astrofísicos compactos, como buracos negros e estrelas de nêutrons”, que ela estuda “por meio de ondas gravitacionais, ondulações do espaço-tempo”. Paralelamente, ela se dedica ativamente na Índia para ampliar o acesso à educação.

Polina Perstneva, pós-doutoranda no Centre de Mathématiques Appliquées da École polytechnique.

Natural de São Petersburgo (Rússia), Polina desenvolveu uma paixão pela matemática e pela física ainda no ensino médio. Em seguida, ela prosseguiu seus estudos superiores na França, ingressando no Institute of Mathematics of Orsay, onde também defendeu sua tese. Suas pesquisas têm como objetivo estabelecer “uma classificação completa do comportamento de uma partícula através de um gás”. Elas podem, por exemplo, explicar o “movimento de um virion da Covid-19 nos pulmões”.

Nazareth Milagros Carigga Gutierrez, doutoranda na École doctorale chimie et sciences du vivant (Université Grenoble-Alpes).

Nascida no Peru, Nazareth sempre foi motivada pelo desejo de “resolver problemas médicos”. Após uma “trajetória acadêmica exigente e um intercâmbio decisivo na França”, ela decidiu continuar suas pesquisas nesse país. Atualmente doutoranda em Grenoble, ela dedica sua energia à luta contra o câncer de pâncreas, com um compromisso “profundo com a ciência, impulsionado pelo desejo de inovar”.

Mahshid Hashemkhani, pós doutoranda no laboratório Nanomédecine, biologie extracellulaire, intégratome et innovations (CNRS/Inserm/Université Paris Cité).

Nascida em Qazvin (Irã), Mahshid também desenvolveu uma paixão pela ciência, especialmente pela química e pelos materiais nanométricos. Sua trajetória a levou à pesquisa biomédica no Irã e, depois, na Turquia, por meio de um doutorado sobre nanopartículas à base de prata para o tratamento do câncer. A pesquisadora recebeu posteriormente uma bolsa Marie Curie para realizar um projeto de pós-doutorado na França com o objetivo de “desenvolver nanopartículas inteligentes para o tratamento do câncer de cólon”.

Mana Momenilandi, pós doutoranda no Laboratoire de génétique humaine des maladies infectieuses, no Institut Imagine em Paris.

Originária do Irã, Mana perseverou nos estudos, apesar dos desafios, para se tornar cientista em seu país. Formada pela Universidade de Teerã em biologia celular e molecular e, posteriormente, em biotecnologia, e após uma temporada na Bélgica, ela obteve um doutorado em imunogenética na França. Suas pesquisas revelaram “uma doença imunológica rara, melhorando a compreensão das células sanguíneas”. Atualmente, ela estuda mutações genéticas e respostas imunológicas.

Kshama Sharma, pós doutoranda na Université Claude Bernard - Lyon 1, no Centre de résonance magnétique nucléaire à très hauts champs de Lyon.

Originária de Uttar Pradesh, na Índia, sua trajetória a levou a um mestrado e um doutorado em ressonância magnética nuclear em Delhi e depois em Hyderabad. Atualmente, como pós-doutoranda na França, graças também a uma bolsa de pós-doutorado Marie Curie, “ela se dedica à melhoria das vacinas”.

Marta Sablik, doutoranda no Paris-Centre de recherche cardiovasculaire (Université Paris Cité/Inserm) e na École doctorale BioScience Paris Cité.

Marta, de origem polonesa, realizou a maior parte de seus estudos superiores na Holanda, na Universidade Erasmus de Roterdã, passando também pela Universidade Columbia, em Nova York, antes de se mudar para a França, onde hoje continua suas pesquisas. Sua abordagem interdisciplinar tem como objetivo “transformar o tratamento da rejeição de órgãos para melhorar a vida dos pacientes transplantados e ampliar as fronteiras do conhecimento científico ”.

Saiba mais:

  • A cerimônia de entrega dos prêmios no site da UNESCO
  • Comunicado de imprensa da Fundação L'Oréal



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